quinta-feira, 30 de abril de 2009

Jovens pela Igualdade Racial


No Brasil, a escravatura nasce com a colonização, sendo oficialmente extinta apenas em 1888, no final do império. Os primeiros a ser escravizados no Brasil são os indígenas.
Os índios nativos são eficientes na extração do pau-brasil, mas não na atividade agrícola. Para o serviço nas plantações e nos engenhos de açúcar, a solução encontrada foram os escravos africanos, que formaram a grande massa trabalhadora da agricultura,da mineração e de outras atividades econômicas.
Na nossa historia a questão racial precisa ser refletida de modo transversal, os/as negros/as foram utilizados para dar sustentação ao sistema econômico capitalista. A escravidão tem suas raízes fincadas na questão de classe, onde os africanos foram retirados da sua terra para servirem de mão-de-obra escrava e dar sustentabilidade ao sistema de exploração colonial.
O mito da libertação dos escravos em 13 de maio é um fardo pesado para a militância que combate o racismo no Brasil. Essa data esconde o real objetivo da abolição, a revolução industrial européia estava a pleno vapor, a Inglaterra, potência econômica da época, precisava aumentar os mercados consumidores. O imenso número de escravos que se encontravam fora do mercado consumidor não era compatível com o capitalismo em franco crescimento do período. Daí a necessidade da “libertação dos escravos”. A lei Áurea foi apenas teve sua proclamação diretamente vinculada as necessidades econômicas impostas pela Coroa Inglesa.
O resultado contemporâneo desse processo é a negação do racismo, a criação do mito da democracia racial e sua reprodução. Datas como essas são geralmente alvo de comemorações em escolas, campanhas de mídia etc, mas as favelas seguem multiplicando-se como prisão de marginalização do povo negro.
Em lugar da comemoração é mais adequado observar o quanto ainda é necessário avançar nas reparações históricas. Discutir e aperfeiçoar a política de cotas para educação formal, espaços publicitários etc é um importante debate a ser travado. A JPT Maceió visualiza que a militância jovem da terra de Zumbi tem muita para colaborar nessa bandeira da igualdade racial. Abaixo o eurocentrismo, abaixo o preconceito.

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